O Governo moçambicano recuperou, nos últimos anos, cerca de 30 quilogramas de ouro não declarado pelos exploradores na província de Manica, Centro do país.

Segundo o director do Serviço Provincial de Infra-estruturas, Recursos Minerais e Energia, em Manica, Silva Manuel, a quantidade resulta de um trabalho de rastreio mineiro levado a cabo pelo sector, com vista a combater a exploração e o contrabando de minerais naquela província.

A província de Manica é rica em recursos minerais, principalmente o ouro. Nos últimos anos, de acordo com a fonte, está a aumentar a quantidade de ouro produzido naquela província, mercê da declaração da produção por parte das empresas que se dedicam à exploração deste mineral.

Aliás, o ouro também está a ser explorado por pessoas singulares de forma artesanal, alguns dos quais de nacionalidade estrangeira, na sua maioria zimbabweanos. Parte da produção é comercializada fora do circuito normal de venda de minerais, principalmente o ouro.

Por isso, o rastreio mineiro está a permitir recuperar quantidades de ouro não declarado, que poderia incrementar a arrecadação de receitas para o Estado.

Silva Manuel explicou, há dias, que o rastreio tem como objectivo aferir a quantidade de ouro explorado naquela parcela do país.

“Os exploradores já estão a fazer a declaração da quantidade de ouro produzido. Fazem porque sabem que, mesmo que não façam a declaração, serão descobertos através do trabalho de rastreio que o governo tem estado a fazer naquelas áreas de exploração. É um trabalho que está a trazer bons resultados”, disse.

Como resultado deste trabalho, segundo Manuel, a produção de ouro incrementou de 224,19 quilogramas em 2001 para 759,13 em 2023.

“Só para citar alguns exemplos, em 2001, a produção anual foi de 224,19 quilogramas. Tendo em conta estas actividades, passamos de 224,19 para 400,03 quilogramas em 2022. No ano passado (2023) tivemos a produção mais alta que foi de 759,13 quilos”, afirmou o director.

Este ano, a previsão é que a província alcance uma produção de mais de 800 quilogramas de ouro.

Defendeu a necessidade de aumento de meios de fiscalização, como meios circulantes e outro material para o controlo e combate ao contrabando do ouro.

Afirmou que, apesar do trabalho que está a ser feito pelo sector, é necessário que haja colaboração por parte da população e os exploradores para acabar com a exploração e venda ilegal de minerais na província de Manica.

“A nossa aposta é investir para continuarmos a trabalhar no terreno, mas isso requer meios adequados para que os técnicos estejam no local de exploração. Neste momento, estamos a fazer dois ou três rastreamentos por mês”, acrescentou.

Para o director, o ideal era que este trabalho fosse feito pelo menos duas vezes por semana. “O que nos alegra é perceber que os exploradores estão cientes de que, a qualquer momento, serão rastreados. Voluntariamente fazem a declaração da sua produção”.

Os distritos de Manica, Macossa, Báruè, Sussundenga e Gondola são potências em recursos minerais. A exploração é feita de forma industrial através de empresas devidamente licenciadas, mas também existem pessoas singulares que se dedicam à exploração de minerais.

Dados do sector de minas indicam que mais de dez mil exploradores artesanais, entre nacionais e estrangeiros, extraem ouro na província de Manica. O ouro atrai, na sua maioria, jovens que se deslocam de outras províncias moçambicanas para a actividade de mineração.

Fonte:O País

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