O QUÉNIA tem na próxima semana novas eleições presidenciais, depois da anulação das realizadas em Agosto. Se havia incertezas à sua realização depois que o líder da oposição Raila Odinga se retirou da corrida, as dúvidas crescem agora com a renúncia de um elemento da Comissão Eleitoral e, mais ainda, com a sentença do chefe deste órgão que lança mais sombras em torno desse escrutínio.
O presidente da Comissão Eleitoral (IEBC) queniana manifestou quarta-feira sérias dúvidas sobre a realização da votação a 26 de Outubro, próxima quinta-feira.
“Sob as condições actuais, é difícil para mim garantir uma eleição livre, justa e transparente “, disse Wafula Chebukati, numa conferência de imprensa em Nairobi.
“Sem mudanças significativas, a credibilidade da votação estará comprometida “, acrescentou.
Chebukati chegou a esta conclusão depois de reconhecer divisões dentro da sua equipa, mas também a desconfiança de alguns membros na sua direcção. “Tentei várias vezes conseguir reformas cruciais, mas todas as minhas tentativas falharam (…) “, afirmou.
Esta confissão de fraqueza, a que associou uma mensagem de firmeza, é também um ultimato para os membros da sua instituição. “Peço a todos os responsáveis da comissão que foram mencionados de forma desfavorável a se demitirem”, pediu.
Ele também atacou os políticos que, disse, se tornaram “a maior ameaça à paz e à estabilidade” do país.
“Envio um cartão amarelo a todos líderes políticos. Não vou mais tolerar ameaças contra mim, a minha equipa ou interferências no nosso trabalho”, disse Chebukati.
Essas ” interferências “, esse clima deletério, foram também denunciadas por Roselyn Akombé, uma comissária da IEBC que quarta-feira se demitiu e saiu do país, por temer da vida. – RFI
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/internacional/72572-repeticao-das-presidenciais-no-quenia-comissao-eleitoral-aumenta-sombras.html