“Decidi avançar porque ninguém tem esta forma de governação: o presidente do clube não é o presidente da SAD”, afirmou esta quinta-feira, em entrevista à TSF, Rui Jorge Rego, acrescentando: “O Sporting tem de deixar de viver nesta rotação de pessoas.”

“Não serei presidente da SAD. Será Paulo Lopo, atual presidente da SAD do Leixões”, disse também o advogado de 46 anos.

Rui Jorge Rego nega ser “testa de ferro” de Bruno de Carvalho, anterior presidente do Sporting, referindo: “Nunca votei em Bruno de Carvalho.”

Assume a candidatura de pedra e cal, afirmando que a vai levar até ao fim. Quanto a votos, diz que qualquer presidente que seja eleito com 20%, rapidamente passará a ser alguém consensual. O contrário também é verdade, dizendo que José Eduardo Bettencourt foi eleito com cerca de 90% e dois anos depois já lá não estava.

Para tal conta com parceiros e investidores credíveis do Brasil e da China. Os brasileiros já estão ligados ao futebol, mas noutras latitudes. Já os chineses chegam de áreas diferentes que não a do mundo futebolístico.

Quanto ao ano desportivo que já está em curso, diz não poder fazer alterações porque a “máquina” já está em andamento. Considera que a venda dos jogadores serve para investimento e não para pagar salários.

“O clube tem de começar a trilhar outros caminhos. Caso contrário, qualquer dia bate contra a parede”, acrescenta referindo-se a uma lógica de investimento superior ao que tem vindo a ser feito.

Peseiro é para continuar

No que toca ao treinador, é contundente na decisão: “Vou continuar com José Peseiro. O Sporting com Peseiro praticou sempre bom futebol.” Já relativamente a jogadores, pensa que faltarão dois ou três lugares por preencher. A política de empréstimos vai ter que mudar, pois acha preferível ter menos jogadores, mas que pertençam ao clube e não estejam a prazo em Alvalade.

“Acho que o futebol português tem que parar para pensar o que anda a fazer, aliás, temos todos”, dizendo que em relação a rivais pretende ter uma relação institucional com todos, de forma a mudar aquele que é o posicionamento no ranking de Portugal lá fora.

Refere-se a Pinto da Costa pelas evidências no que toca a títulos ganhos e a Luís Filipe Vieira pelo bom trabalho desenvolvido ao longo dos anos. No entanto, na mesma frase em que afirma querer fazer um “reset”, diz que também não esquece casos como “apito dourado” ou “vouchers”.

“O Sporting tem que sair para a rua, tem que ir para as escolas”, acrescenta numa tentativa de moldar o clube à realidade das bases e não ter que andar sempre numa lógica de elites.

Defende um cúmulo máximo de três mandatos, o que significa 12 anos de trabalho no clube. Na corrida à presidência diz ter saído do último lugar mas que já recuperou duas ou três posições, esperando terminar em primeiro.

Faltam pouco mais de três semanas para os sportinguistas escolherem o novo presidente do Sporting Clube de Portugal. A TSF realiza, até à data das eleições, que acontecem a 8 de setembro, um ciclo de entrevistas aos candidatos. Esta quinta-feira, foi Rui Jorge Rego quem visitou o estúdio da Rádio, para ser entrevistado por João Ricardo Pateiro e Miguel Jorge Fernandes.

O advogado de 46 anos é um dos nomes menos conhecidos entre os candidatos à presidência do clube. Foi secretário da Mesa da Assembleia-Geral durante a presidência de Godinho Lopes, entre 2011 e 2013, tendo sido o décimo candidato a assumir a corrida à presidência dos leões, apresentando como lema “Sporting: Gestão e Crescimento”.

Rui Jorge Rego é o segundo candidato ouvido neste ciclo de entrevistas aos líderes das sete candidaturas aceites. O primeiro foi
Pedro Madeira Rodrigues
, esta segunda-feira.

Fonte:TSF Desporto

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