Sarau by Léo Cote ou um tributo aos poetas

O poeta Léo Cote declama, esta quarta-feira, na cidade de Maputo, poemas de autores moçambicanos no sarau designado “Campo de história e poesia”.

 

Meia hora. Esse é o tempo concedido pela Fundação Fernando Leite Couto a Léo Cote. Às 18 horas desta quarta-feira, o autor de Campo de areia vai contar uma história (“A fogueira”), de Mia Couto, e dizer poesia de oito autores moçambicanos: Rui Knopfli, José Craveirinha, Rui Nogar, Heliodoro Baptista, João Grabato Dias, Sebastião Alba, Eduardo White e Luís Carlos Patraquim. Nada ao acaso. Estes são os autores que na primeira fase da vida literária marcaram o declamador.

Na verdade, a Léo Cote até ocorreu dizer poesia de mais autores relevantes da literatura moçambicana. Entretanto, porque time is Money e não se recomenda o desperdício, teve de retirar alguns poemas da sua lista, de modo a garantir que o seu sarau não exceda 30 minutos. Assim, o poeta irá recitar um texto de cada autor por si seleccionado.

Com o sarau, acredita Léo Cote, irá contribuir para combater o esquecimento dos moçambicanos em relação à escrita dos que, estando falecidos, continuam a influenciar gerações de poetas nacionais. Nisso, antevê o poeta que pela primeira vez vai recitar poesia para o público no contexto de Estado de Emergência imposto pela COVID-19, a sessão será diferente sem as pessoas presentes. “Mas irei actuar como se tivesse público. Será mais difícil, porque sinto que terei de atingir os leitores um de cada vez”.

Ora, a oportunidade de poder apresentar-se em público, num período tão hostil como este, é algo muito relevante para Léo Cote, e não é só pelo dinheiro: “além do caché, oportunidades destas garantem-nos visibilidade. De algum modo, este tipo de eventos nos permite aparecer em público e afirmar o nosso trabalho. Deste modo, evoluímos como artistas, porque temos de trabalhar sempre”. Paralelamente, entende Léo Cote, os eventos artísticos que estão a ser realizados online pelas redes sociais, como é o caso do sarau na Fundação Fernando Leite Coto, permitem a construção da memória deste período em que o mundo enfrenta um grave problema sanitário.

O sarau designado “Campo de histórias e poesia” chegará aos interessados através do Facebook e do Instagram da Fundação Fernando Leite Couto. Entre os textos seleccionados, constam: “Elegia carnívora”, de Patraquim, “Ode às palavras, de Heliodoro Baptista, “Nunca mais é sábado”, de Rui Knopfli”, e “Do amor pelas pedras”, de Rui Nogar.  

Fonte:O País

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