SETE pessoas morreram no norte da Argélia em cerca de 50 incêndios de “origem criminosa”, alimentados por uma onda de calor, que começaram na segunda-feira à noite, anunciou hoje (10) o ministro do Interior argelino.

“Infelizmente, lamentamos sete mortes. Seis na região [Tizi Ousou] e uma em Setif”, disse à televisão argelina o ministro Kamel Beldjoud, citado pela agência France-Presse.

O ministro fez o balanço no final de uma visita a Tizi Ouzou, uma das cidades mais populosas da região montanhosa da Cabília (nordeste).

“Cinquenta fogos ao mesmo tempo é impossível. Estes incêndios são de origem criminosa”, disse.

A rádio pública argelina anunciou hoje a detenção de três suspeitos de fogo posto em Médéa (norte), onde também deflagrou um incêndio.

Os ventos estão a espalhar os fogose a complicar a tarefa das equipas de salvamento, disse Youcef Ould Mohamed, um oficial florestal local, citado pela agência noticiosa argelina APS.

A Argélia está a viver um verão abrasador, marcado pela escassez de água, e os serviços meteorológicos previram para hoje temperaturas até 46 graus Celsius.

Em Julho, o Presidente argelino, Abdelamdjid Tebboune, ordenou a elaboração de um projecto de lei para punir severamente os autores de ataques incendiários às florestas, com penas de até 30 anos de prisão ou mesmo prisão perpétua se o incêndio causar a morte de pessoas.

No início de Julho, foram detidas três pessoas suspeitas de estarem envolvidas em incêndios que destruíram 1.500 hectares de floresta no maciço de Aurès (nordeste).

A Argélia, o maior país de África, tem 4,1 milhões de hectares de floresta, com uma taxa de reflorestação de 1,76%, e é afectada todos os anos por incêndios florestais.

O número crescente de incêndios em todo o mundo está associado a vários fenómenos previstos pelos cientistas devido ao aquecimento global, como o aumento da temperatura e das ondas de calor, e a diminuição da precipitação.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) alertou para as consequências das alterações climáticas na segunda-feira(09), num relatório que o secretário-geral das Nações Unidos, António Guterres, disse ser um “alerta vermelho para a Humanidade”.- LUSA

Fonte:Jornal Notícias

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *