Trabalhadores das companhias de produção de açúcar de Sena e de Mafambisse, nos distritos de Marromeu e Dondo, respectivamente, na província de Sofala, estão em greve, desde segunda-feira, reivindicando o pagamento de salários em atraso, entre outras exigências.

A massa laboral queixa-se ainda de maus tratos, alegadamente, perpetrados pela direcção da fábrica e salários abaixo do estabelecido.
Segundo a Rádio Moçambique (RM), a paralisação surge depois de os trabalhadores e a direcção da fábrica não terem chegado a um acordo, num encontro realizado, recentemente.
O director do Trabalho, Emprego e Segurança Social de Sofala, Jaime Chicamisse, disse à RM que uma equipa do Centro de Arbitragem e Mediação Laboral está a trabalhar com as partes para se ultrapassar o impasse.
Chicamisse revelou que o contrato de trabalho do director da açucareira de Sena está em contradição com a legislação laboral.
“Há um inconsequente contrato de trabalho do director fabril, um expatriado. Este foi o entendimento que nós tivemos, como entidade competente, que não foi bem acolhido pela massa laboral, refiro-me, concretamente, aos representantes dos trabalhadores”, disse, citado pela RM.
Acrescentou que vai compulsar a legislação laboral e ver quais são os limites previstos para uma acção do comité sindical, como entidade interlocutora válida dentro da empresa, incluindo os limites da entidade empregadora.
“O que posso dizer é que, neste momento, o impasse que estamos a verificar tem a ver com os trabalhadores afectos na fábrica”, disse.
Sobre a companhia de Mafambisse, Chicamisse afirma, igualmente, que a iminente greve deve-se a despedimentos colectivos, associados à falência daquela unidade fabril.

“Nós fomos, oficialmente, comunicados de um processo de despedimento colectivo que iria acontecer na Açucareira de Mafambisse, no Dondo. O que fizemos foi, rapidamente, accionarmos as nossas áreas no centro de mediação (laboral) para melhor perceber o assunto junto à direcção da empresa e também com os representantes dos trabalhadores a nível da companhia”, sublinhou.
Chicamisse diz que já manteve um encontro com a direcção da companhia de Mafambisse, detida pela Tongaat Hulett, uma empresa sul-africana, na última segunda-feira.
“Infelizmente, é uma situação difícil para a massa laboral e que nós compreendemos. O nosso grande desafio é procurarmos alternativas e que possam, eventualmente, se encontrar outros investidores que poderão se interessar por aquele empreendimento”, afirmou.
A companhia de Mafambisse emprega mais de três mil trabalhadores, entre permanentes e sazonais.

    Fonte:Jornal Notícias

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