samora moz

A Associação de Amizade e Solidariedade com a Palestina(ASP) apela uma vez mais ao governo moçambicano, aos partidos políticos, às confissões religiosas e demais forças vivas do país a tomarem uma posição clara contra a política colonial, expansionista, racista e criminosa do regime de Apartheid de Israel. Num comunicado divulgado em Maputo, datado de 30 de Maio de 2023, aquela organização apela às entidades supra-citadas para que se engajem a favor da luta do povo da Palestina pela sua liberdade e autodeterminação.

 

A ASP pede igualmente aos órgãos de comunicação social (públicos e privados) de Moçambique que abandonem a sua política de silêncio sobre o drama vivido há mais de 75 anos pelo povo da Palestina.

 

″É no mínimo incompreensível que os órgãos de comunicação de Moçambique se “esqueçam” sistematicamente do problema palestino e nada reportem sobre os crimes hediondos perpetrados diariamente pelo regime de Apartheid de Israel″, diz a ASP na sua declaração.

 

A ASP insta igualmente o Conselho de Segurança da ONU, todos os estados membros da ONU (em particular os Estados e Governos de África), o Conselho de Direitos Humanos da ONU e todas as forças amantes da justiça e da paz a condenar e a isolar por todas as formas o regime de Israel, e recorda que, tal como aconteceu na África do Sul, o regime de apartheid de Israel deve ser isolado por todas as formas.

 

De acordo com o documento que temos vindo a citar, o povo da Palestina e todo o mundo amante da justiça, da paz e do progresso assinalaram, no passado dia 15 de Maio de 2023, o 75º aniversário da al-NAKBA, palavra árabe que significa a catástrofe.

 

NAKBA é um processo de limpeza étnica do povo da Palestina ocorrido entre 1947 (portanto antes da criação do estado de Israel em 1949) e que teve o seu ponto alto em 15 de Maio de 1948. Durante esse período, as milícias sionistas e – mais tarde – os militares israelitas destruíram sistematicamente cerca de 530 cidades e aldeias palestinas, empurrando para o exílio entre 750.000 e 1.000.000 de palestinos (e seus descendentes), os quais se tornaram até hoje refugiados, na sua maioria nos países vizinhos da Palestina. O objectivo da NAKBA era e continua a ser o de impedir que os refugiados palestinos possam alguma vez regressar às suas casas e zonas de origem.

 

″Este ano pela primeira vez na História – e apesar da forte oposição do regime sionista e colonial de Israel – a Assembleia Geral da ONU realizou uma sessão especialmente dedicada à NAKBA. Em todos os continentes tiveram lugar encontros, marchas e outras formas de manifestação como forma de recordar a NAKBA e de condenação do regime de Apartheid de Israel″.

 

Diz o documento da ASP que com a subida ao poder de um novo Governo em Israel em finais de 2022, um Governo de extrema direita – de longe o Governo mais reacionário da história de Israel – que inclui vários ministros que (para além de serem colonos) se autoproclamam fascistas e racistas, o regime de Apartheid de Israel está a tentar levar a cabo a maior limpeza étnica em massa desde 1968, como são os casos das repetidas tentativas de expulsão de mais de 1300 palestinos de Masafer Yatta, a sul da cidade de Hebron, assim como em Al-Naqab, em Jerusalém e em muitas outras zonas da Cisjordânia ocupada.

 

É neste contexto que na noite do passado dia 26 de Fevereiro deste ano, dezenas de colonos levaram a cabo um massacre organizado de palestinos, incluindo a destruição das suas propriedades na aldeia de Huwara, próximo da cidade de Nablus. Só este ano já foram assassinados mais de 160 palestinos, incluindo 30 crianças. São estas acções de carácter criminoso que levaram e levam um número crescente de organizações internacionais, da Palestina e de Israel a considerar que em Israel vigora um regime colonial e de Apartheid.

 

Para além do massacre, recentemente teve lugar mais uma campanha de bombardeamento por aviões israelitas dos palestinos residentes na faixa de Gaza. Nestes termos, a ASP reafirma a sua solidariedade incondicional e inabalável com a luta heroica do povo da Palestina e continuará a lutar por todas as formas ao seu alcance pela libertação de todos os prisioneiros políticos palestinos dos cárceres de Israel.

 

A organização moçambicana de solidariedade para com a Palestina exige também a implementação do direito de retorno à Palestina de todos os refugiados palestinos, cumprindo-se assim as decisões da ONU, o desmantelamento de todos os colonatos israelitas no território da Palestina e a consequente partida dos colonos e pela destruição do muro da separação.

 

A ASP é a favor da criação efectiva do Estado da Palestina e o reconhecimento pela ONU e por todos os seus Estados Membros do Estado da Palestina como membro pleno das Nações Unidas.

 

Lembre-se que fazem parte do Conselho de Direcção da ASP figuras como Abdul Carimo Issá, Momade Amade e Paulo Ivo Garrido. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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