AS armas não se calam no Sudão do Sul, apesar do cessar-fogo permanente acordado entre as partes na semana passada. Desde sábado, quando a trégua entrou vigor, que são registados combates em quase todo país.
A sociedade civil sul-sudanesa convidou o Presidente Salva Kiir e líder rebelde Riek Machar a assumirem o seu papel, ante a continuação dos combates no país.
Para a sociedade civil, as violações do cessar-fogo no Sudão do Sul são inaceitáveis. Desde sábado, 30 de Junho, confrontos têm ocorrido em vários locais do país.
O exército governamental e as forças leais a Riek Machar acusam-se mutuamente pelas violações do cessar-fogo assinado em 27 de Junho, na capital do Sudão, Cartum.
“Isto não é muito encorajador e mostra claramente que ambos os lados carecem da vontade política para encontrar uma solução pacífica para o problema. Isto sugere igualmente que talvez os dois líderes não controlem totalmente as suas tropas. E que no terreno, os comandantes não respeitam as ordens do topo”, estima Edmond Yakani, do movimento da sociedade civil CEPO.
O activista denuncia o que considera inacção da União Africana (UA) e da organização regional IGAD – Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento -, que “arrastam os pés” para tomar medidas punitivas contra os que ameaçam a paz.
Mas para James Okuk, da Universidade de Juba, “qualquer cessar-fogo não se traduz necessariamente numa cessação total das hostilidades. Há sempre incidentes aqui e acolá”. Ele considera que a situação “não é tão grave, especialmente porque são os comandantes no terreno que são responsáveis e não os dois líderes”. O que é importante, diz Okuk, “é a determinação dos dois homens. Será que eles vão tomar medidas disciplinares contra os seus comandantes?
Para o analista político, o Presidente Kiir e seu rival devem agora agir se querem convencer a comunidade internacional da sua determinação para o fim do conflito e evitar sanções das Nações Unidas. – RFI
Fonte:Jornal Notícias