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Tempestade tropical ANA mata 61 pessoas em Moçambique, Zimbabwe e Malawi

A tempestade deixou um rasto de destruição sem precedentes nas zonas centro e norte de Moçambique. De acordo com os dados mais recentes tornados públicos pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), na passada quinta-feira, 27 de Janeiro, subiu para 18 o número de mortos provocados pela depressão tropical.

 

Ainda de acordo com os dados preliminares do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, a tempestade tropical destruiu 2.756 casas, 12 unidades sanitárias e mais de 100 salas de aulas.

 

Para minimizar o sofrimento da população nas zonas fustigadas pela passagem da tempestade tropical “ANA”, o INGD criou centros de acomodação na província da Zambézia e dois na província de Tete.

 

Já no Zimbabwe, a tempestade tropical ANA matou 10 pessoas arrastadas pelas águas na tentativa de travessia do Rio Mukumbura, mas o governo de Harare não sabe se são zimbabueanos ou moçambicanos. De acordo com o jornal governamental Herald, prosseguem diligências para se determinar a nacionalidade das vítimas. As pessoas foram arrastadas pelas águas acabando por afogar no rio Mukumbura.

 

“Ainda não sabemos se são zimbabueanos ou moçambicanos porque o rio Mukumbura ainda está cheio e todos os corpos estão do lado moçambicano” – disse o director do departamento de protecção civil Nathan Nkomo.

 

Nkomo alertou as pessoas contra a travessia de rios inundados, dando exemplo do rio Mukumbura. O chefe da Protecção Civil aconselhou as pessoas que vivem ao longo da fronteira a não cruzarem os rios inundados, tendo afirmado que as autoridades suspeitam que as dez pessoas que perderam a vida, eventualmente, fazem parte dos sindicatos ilegais que sempre procuram maneiras de atravessar rios usando rotas clandestinas. “As pessoas fazem isso porque trazem cervejas ilicitamente de Moçambique e nunca usam rotas oficiais” – referiu o dirigente zimbabueano e acrescentou que o foco agora está na tempestade tropical Batsirai que poderá afectar o Zimbabwe. “Não desactivamos os preparativos. Todos os comités estão activos porque uma área ainda não especificada poderá ser atingida no Zimbabwe. Activamos as 10 províncias para se prepararem para qualquer eventualidade”- disse a terminar.

 

No Malawi, até terça-feira (1 de Fevereiro), um total de 33 pessoas foram confirmadas como mortas, com 158 feridos e 20 desaparecidos, para além de mais de 200.000 famílias afectadas.

 

De acordo com um relatório do Departamento de Gestão de Desastres, 122.000 pessoas buscaram refúgio em centro de acomodação e o governo pediu apoio internacional para as vítimas das inundações.

 

O presidente Lazarus Chakwera visitou, na última segunda-feira, as áreas afectadas pelas enchentes no Baixo Shire e expressou preocupação com a extensão dos danos causados pela tempestade ANA, principalmente, nos distritos de Chikwawa e Nsanje.

 

“O que eu vi é muito devastador, mesmo as estradas mais fortes foram cortadas devido às fortes chuvas”, disse Chakwera na Escola Primária Thabwa. “Mesmo as pessoas que se mudaram para as zonas altas foram igualmente afectadas” – acrescentou Chakwera que lançou estado de desastre por tempo indeterminado. O Canal de Moçambique poderá ser atingido por mais uma tempestade tropical nos próximos dias.(F.I.)

Fonte: Carta de Moçambique