O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, condenou ontem a tendência de manipulação da opinião pública sobre a situação em Cabo Delgado, recorrendo-se à mediatização e difusão de inverdades nas redes sociais.

Segundo o Chefe do Estado, a distorção da realidade é mais preocupante por envolver alguns órgãos de comunicação social que, ao invés de pautar pelo profissionalismo, acabam por “agir a favor dos inimigos ou dos terroristas”.

Falando na cerimónia de abertura do XXI conselho coordenador do Ministério da Defesa Nacional, que decorre desde ontem na capital, Nyusi disse que desta forma os órgãos em causa só contribuem para o recrudescimento da violência e aumento da desconfiança entre os moçambicanos.

“A luta contra o terrorismo só será vencida se cada moçambicano fizer a sua parte, mesmo que seja o simples acto de se abster de ser caixa de ressonância da propaganda dos terroristas”, afirmou.

Nyusi considera, porém, que o apelo aos profissionais de comunicação social e aos usuários das redes sociais só será acatada quando as Forças de Defesa e Segurança, em particular as FADM, conseguirem expurgar, das suas fileiras, comportamentos que configurem indisciplina e práticas dos agentes malfeitores e dos terroristas que atacam as comunidades.

Lembrou que os membros das FDS têm a obrigação de ser os mais exemplares da sociedade, obedecendo estritamente a verticalidade de comando ou de gestão que os caracteriza.

No entanto, o Chefe do Estado referiu que os ataques terroristas trouxeram outros desafios inerentes à preservação dos direitos humanos nos teatros operacionais e a consequente manipulação mediática.

“Recomendamos ao Ministério da Defesa Nacional e as FADM para que, no quadro da educação cívico patriótica, reforcem a abordagem sobre os temas relativos aos direitos humanos nos estabelecimentos de formação e unidades militares”, exortou.

A reunião do Ministério da Defesa Nacional decorre sob o lema “Sector da Defesa engajado na defesa da soberania e na consolidação da paz face às novas ameaças”.

Para o Presidente da República e Comandante-Chefe, a escolha do tema mostra o comprometimento com a defesa da soberania.

Sublinhou que cabe ao sector da Defesa manter a soberania e consolidar o ambiente de paz que permite ao Governo e ao povo moçambicano materializar os programas de desenvolvimento nacional, preconizados nos instrumentos programáticos e nas suas aspirações. Só assim, segundo Nyusi, se implantará a estabilidade no solo pátrio.

“Os terroristas em território nacional ameaçam a segurança nacional e o combate deste flagelo e a normalização do ambiente nas zonas afectadas é o principal desafio para as FDS e das FADM, em particular”, exortou Nyusi.

Por sua vez, o Ministro da Defesa Nacional, Jaime Neto, renovou o compromisso das FDS de tudo fazerem para restabelecer a ordem nas zonas onde ocorrem conflitos armados no país, em geral, bem como de lutarem para preservar as conquistas da independência nacional.

Fonte:Jornal Notícias

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