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Toma lá, dá cá: utentes pagaram taxas e agora exigem limpeza no Cemitério de Lhanguene

Doze mil munícipes já pagaram pela regularização das campas dos seus entes queridos no cemitério de Lhanguene, desde Abril do ano em curso até ao momento. A taxa é de 1.500 meticais para dez anos renováveis. Entretanto, os mesmos munícipes e utentes desafiam o Município de Maputo a melhorar a manutenção e limpeza do cemitério em toda a sua área.

Rosinha é nome fictício de uma adolescente, de 17 anos de idade, que levava à cabeça bacia contendo garrafas de água. Ela é uma das tantas pessoas que encontraram o ganha-pão limpando campas, no cemitério de Lhanguene. Ela conta que tem sob o seu cuidado sete campas, o que lhe rende, a cada fim do mês, 250 meticais por cada túmulo que limpa e faz manutenção.

À entrada, a imagem é de um lugar limpo e organizado, mas, quando se percorre pelos corredores para mais a fundo, verifica-se uma outra realidade daquele cemitério. Verdina Luísa, que estava no cemitério a visitar a campa do seu ente querido, diz que o Município é desafiado a garantir limpeza para o bem daquele espaço.

Margarida Langa está pessoalmente a limpar a campa onde repousam os restos mortais da sua mãe e, além de dar dignidade à sua última morada, é o contributo que dá aos gestores do cemitério. Não obstante a isso, lança o desafio às autoridades municipais para melhorarem aquele local. “Quando estive aqui mês passado, encontrei a campa da minha mãe cheia de capim, eles fazem limpeza e atiram capim para o lado da campa da minha mãe. Deve o município melhorar a limpeza neste cemitério”, exortou Margarida Langa.

O administrador do cemitério de Lhanguene, Horácio Facitela, avança que os pagamentos das taxas de regularização vão a um bom ritmo e aceita o desafio lançado pelos utentes para melhorar a manutenção e limpeza do cemitério, afirmando que a melhor resposta é com o trabalho, pelo que garante mão na massa daqui em diante. Aliás, mostrou ao jornal “O País” uma equipa do Município a trabalhar na limpeza. “Já estiveram aqui 12 mil munícipes para regularização da sua situação. A limpeza está a decorrer e vamos limpar todo este espaço, aliás já limpámos mais de 90%”, revelou Horácio Facitela.

O cemitério de Lhanguene está, parcialmente, dencerrado esde 2012, estando apenas reservado para realização de segundos funerais ou áreas anteriormente reservadas para o efeito e há, igualmente, jazigos e ossários.

Fonte:O País