A Vice-Ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, que integra a delegação moçambicana, chefiada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, explica que o lançamento da SAATM é um importante passo dado pelo continente em direcção à sua integração económica, mas é, também, um desafio para o qual Moçambique está preparado.
O lançamento da iniciativa foi testemunhado por representantes da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO); da Comissão Africana de Aviação Civil (AFCAC); da Associação Africana de Companhias Aéreas (AFRAA); da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e da Boeing, numa demonstração de compromossio da implementação efectiva do SAATM.
A declaração sobre o estabelecimento de um Mercado Único Africano do Transporte Aéreo, como um projecto emblemático da Agenda 2063 da UA, foi adoptada pela organização continental em 2015 e o cumprimento da Decisão Yamoussoukro de 1999, que prevê uma liberalização total em termos de acesso ao mercado aéreo entre os Estados africanos, o livre exercício dos direitos de tráfego, a eliminação das restrições à propriedade e a liberalização total das frequências, das tarifas e das capacidades de transportação.
Por enquanto o espaço aéreo é aberto em 23 países que, até á data, aderiram ao mercado único nomeadamente: Moçambique, África do Sul, Benim, Botswana, Burkina Faso, Cabo Verde, Congo Brazzaville, Costa do Marfim, Egipto, Etiópia, Gabão, Gana, Guiné Conacri, Quénia, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Ruanda, Serra Leoa, Swazilândia, Togo e Zimbabwe.
O SAATM impõe um grande desafio aos Estados e às companhias áreas africanas, facto reconhecido pela vice-ministra dos Transportes e Comunicações, que admitiu que “as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) – a nossa companhia de bandeira- não vai poder usufruir cabalmente desta abertura do mercado, porque não tem equipamento à altura. Mas pouco a pouco poderá ir voando para outros espaços”.
À partida, a abertura do mercado parece colocar em risco a sobrevivência das companhias de menor arcaboiço, mas Manuela Rebelo diz que está quase claro no transporte aéreo que ninguém sobrevive sozinho.
“Tem que haver cooperação, colaboração. Isto não é uma questão de competição, é uma questão de melhor servir a quem procura os serviços dos transportadores aéreos. Todos nós ganhamos com isso, e ganha ainda mais a população… É óbvio que todos os Estados têm que se fortificar, têm que fazer um pouco mais para que não percam esta oportunidade, que é de todos”, disse.
José Machado, em Adis Abeba
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/75587-transporte-aereo-mocambique-preparado-para-mercado-unico-africano.html