A SEXTA Secção do Tribunal Judicial de Sofala condenou esta terça-feira, na Beira, a seis anos de prisão um agente de registo de cartões de uma telefonia móvel por ter sido provado que inscreveu um número com um documento que serviu para o pedido de resgate na sequência de um rapto de um agente económico desta cidade.

Trata-se de S. João, que igualmente deverá pagar uma indemnização de 200 mil meticais a favor da vítima.

O juiz da causa, Martinho Muchiguere, fez saber, durante a leitura da sentença, que no dia 16 de Maio de 2020, por volta das 10.00 horas, S. João registou um cartão em nome de uma cidadã conhecida por Suzete Amide, que já estava ligada à mesma rede com um outro número.

Muchiguere recordou que no dia 15 de Maio de 2020, cerca das 18.00 horas, malfeitores interpelaram um agente económico no bairro da Ponta-Gêa introduzindo-o à força no interior de uma viatura da marca Toyota Runx.

Cobriram a cabeça dele com um casaco, colocaram-no no assento traseiro da viatura e saíram em alta velocidade. A vítima permaneceu em cativeiro até ao dia 21 de Maio, sendo que no dia 17 do mesmo mês um dos malfeitores efectuou a primeira chamada ao filho do agente alegando que estava com o pai e pedindo um resgate no valor de 500 mil dólares americanos.

Após intensas negociações acordaram um valor de um milhão de meticais que foi entregue na ponte da Manga, segundo as orientações dos raptores que assim restituíram a vítima à liberdade.

Muchiguere revelou, por outro lado, que quer em sede da instrução preparatória como no julgamento constatou-se que Suzete Amide, Dada Ismail, Mohamad Abú e Irshad Banú tinham sido detidos fora de flagrante delito com base em suspeitas e por razões que até então se desconhecem.

Enquanto isto, o filho da vítima afirmou que no acto de entrega do valor de resgate não reconheceu os malfeitores que se faziam transportar numa motorizada uma vez que estavam mascarados.

Por sua vez, Dada Ismail, um dos absolvidos, mostrou-se feliz pela sua absolvição, mas indignado com as autoridades policiais.

“Estou triste pela forma como me prenderam e que manchou o meu nome porque nunca fiz nada. Trabalho por conta própria. Perdi um contrato porque estava a ser julgado sob alegação de ser raptor”, contou.

Dada Ismail acrescentou ainda que ficou preso por algum tempo e teve de pagar mais de um milhão de meticais para respondero processoem liberdade.  

Fonte:Jornal Notícias

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