Disponibilidade da organização regional foi manifestada depois de um encontro, em Bruxelas, na Bélgica, entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Filipe Nyusi fala hoje sobre os resultados da jornada diplomática na sede da União Europeia.
No dia mais importante da visita do Presidente da República à sede da União Europeia, Filipe Nyusi manteve três encontros com altos dirigentes na organização continental, com destaque para um “frente-a-frente” com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
O Conselho Europeu é o órgão da União Europeia que define as orientações e prioridades políticas gerais, adoptando, geralmente, conclusões. É composto pelos Chefes de Estado ou de Governo dos 27 países-membros, o presidente do Conselho Europeu, com o qual o Chefe de Estado se reuniu, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A conversa, à porta fechada, entre Filipe Nyusi e Charles Michel, tinha duração prevista de 15 minutos, mas acabou por levar mais de uma hora, sinal, para a delegação moçambicana, de que bons resultados podem sair da jornada diplomática à União Europeia.
“Avaliou-se que a cooperação está ao nível mais alto. As relações são boas e excelentes e busca-se sempre a melhor forma de manter estas relações bilaterais”, avançou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves.
Ao detalhe, as partes trocaram “informações sobre a situação em Moçambique, com particular realce para a gestão da pandemia da COVID-19. O Presidente da República agradeceu o apoio que a União Europeia prestou ao país nesta área e o presidente do Conselho Europeu felicitou aquilo que Moçambique fez até agora, em termos de vacinação, que atingiu acima de 60 por cento da população-alvo”, disse o número dois da diplomacia moçambicana, revelando que a taxa de vacinação contra COVID-19, que o país alcançou até agora, é das mais altas do continente africano.
A visita do Chefe de Estado à União Europeia acontece quase duas semanas depois de o responsável da missão europeia em Moçambique, Hervé Bléjean, ter dito, durante uma audição na subcomissão de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu, que o Ruanda solicitou “um maior apoio financeiro” à União Europeia e que o chefe da Diplomacia Europeia “está bastante determinado em responder favoravelmente”.
Questionado se este tema terá sido abordado, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação respondeu nos seguintes termos: “aquilo que neste momento existe é o centro de formação, ou seja, o apoio à capacitação que está a ocorrer em Moçambique. Como sabem, em Novembro, foi lançada uma missão de formação de capacitação das Forças de Defesa e Segurança, portanto é aquilo que existe e está em implementação”.
Ainda ontem, Filipe Nyusi manteve um encontro com Frans Timmermans, vice-presidente-executivo da Comissão Europeia, e Janez Kebarcic, comissário para Gestão de Crimes Humanitários. Numa altura em que o país possuiu mais de 800 mil deslocados provocados pelo terrorismo na província de Cabo Delgado e, ciclicamente, depara-se com o desafio do reassentamento de populações afectadas pelos efeitos das mudanças climáticas, com destaque para o terrorismo, Moçambique recebeu garantia da “disponibilidade da União Europeia em continuar a prestar este apoio”. Também houve o reiterar do apoio para o processo de reconstrução de Cabo Delgado, sobretudo naqueles distritos que estão a ser afectados e também a assistência humanitária às populações que estão deslocadas em Moçambique”, avançou Manuel Gonçalves.
Hoje, quarta-feira, está prevista a reunião de balanço da delegação moçambicana e uma conferência de imprensa a ser proferida pelo Presidente da República, para, na primeira pessoa, falar dos ganhos desta jornada diplomática.
Lembre-se que a visita do Estadista moçambicano antecede a Cimeira Europa-África, agendada para a segunda semana de Fevereiro corrente.
Fonte:O País