Um ano após o ciclone Idai provocar um rasto de destruição na zona Centro de Moçambique, Zimbabwe e Malawi, quase 100 000 pessoas continuam a viver em abrigos improvisados e vulneráveis a futuros desastres climáticos.

O ciclone atingiu o país a 14 de Março de 2019, afectando as províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Tete, desabrigando mais de 18 mil moçambicanos.

Apesar de um grande esforço global para arrecadar dinheiro para a devida resposta, o plano humanitário foi financiado em menos de 50 por cento, deixando buracos na capacidade das agências de ajuda às necessidades imediatas de famílias devastadas.

Dados contidos no relatório das agências internacionais de ajuda humanitária, nomeadamente, CARE International, Oxfam e Save the Children, alertam que sem um maior financiamento às mudanças climáticas, a nível global, será impossível limitar o impacto de futuros desastres naturais e aumentar a capacidade dos mais vulneráveis em se adaptar.

Marc Nosbach, Director Nacional da CARE International, disse que o aumentodos desastres causados pelo clima nos países mais pobres sobrecarrega milhões de pessoas inocentes e vulneráveis, apontando que a situação deve ser revertida com o apoio financeiro, protegendo as populações dos impactos do clima.

Para Rotafina Donco, Director Nacional da Oxfam, à medida que a crise climática piora os governos e as agências de ajuda lutam para obter os recursos certos para implementar esforços de recuperação e reconstrução rápidos e adequados. 

Em Moçambique, vários locais de reassentamento do ciclone Idai na província de Sofala já foram devastados por fortes chuvas e inundações que atingiram a área em Dezembro de 2019, com mais de 3676 abrigos danificados e quase 500 completamente destruídos pelas inundações.

Os dados indicam, igualmente, que mais de 700 000 hectares de culturas, incluindo milho, feijão e arroz, foram destruídos pelo ciclone Idai.

Os especialistas estimam que o ciclone custou a Moçambique pelo menos 141 milhões de dólares em perdas agrícolas.

As temperaturas estão a subir na África Austral com o dobro da taxa global como resultado da crise climática, e muitos países foram atingidos por vários desastres nos últimos 12 meses.

Actualmente, 16,7 milhões de pessoas em toda a região enfrentam grave insegurança alimentar devido a uma combinação de ciclones, inundações e secas que destruíram culturas e meios de subsistência.

    Fonte:Jornal Notícias

    Leave a Reply

    Your email address will not be published. Required fields are marked *