OS líderes da União Africana (UA) criaram um Observatório sobre a migração e o desenvolvimento, na cimeira que terminou segunda-feira em Nouakchott, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino.
O Observatório Africano para a Migração e o Desenvolvimento (OAMD), cuja “implementação foi proposta por Marrocos, será sediada em Rabat”, afirmou o chefe da diplomacia marroquina, Nasser Bourita, durante uma conferência de imprensa em Nouakchott, Mauritânia.
“Os líderes africanos tomaram esta decisão e confiam a esta nova ferramenta, a missão de reunir as estratégias nacionais dos Estados africanos, bem como de melhorar a interacção com os seus parceiros estrangeiros”, acrescentou Bourita.
O ministro marroquino rejeitou a recente proposta da União Europeia da criação, fora do espaço europeu, de “plataformas regionais de desembarque” de pessoas resgatadas no Mar Mediterrâneo.
“Marrocos rejeita categoricamente a ideia destas plataformas e considera-as inadequadas. Trata-se de uma solução fácil que só pode ser contraproducente”, disse Nasser Bourita.
O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, garantiu na sua conta na rede social Twitter, no passado dia 1 de Julho, que o destino dos migrantes africanos nas fronteiras europeias é trágico e que “a recorrência a práticas intoleráveis contra essas pessoas na própria África” tem aumentado.
“Sob pena de perder todo o crédito moral nesta questão, a nossa união não pode praticar uma política de dois pesos e duas medidas, isto é condenar as violações flagrantes dos direitos dos migrantes africanos noutros lugares e praticar a política de avestruz enquanto factos semelhantes têm lugar no continente”, acrescentou, sem especificar algum país.
O êxodo de centenas de milhares de africanos, principalmente para a Europa, não esteve na agenda oficial da 31ª cimeira da UA, que foi preenchida pelas questões de segurança, comércio e combate à corrupção. – LUSA
Fonte:Jornal Notícias