O valor deverá ser usado para a compra de equipamento e formação militar às 11 unidades das Forças de Defesa e Segurança, que já estão a ser capacitadas. A ajuda começa a chegar ao país dentro de duas semanas

Os 89 milhões de euros, correspondentes a 5,6 mil milhões de Meticais, foram anunciados por António Sanchez-Benedito Gaspar, embaixador cessante da União Europeia, que se ia despedir do Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi.

“A União Europeia já aprovou 89 milhões de euros em equipamento não letal para aquelas 11 unidades de comandos e fuzileiros que estão a ser capacitados”, explicou o diplomata, para depois acrescentar que a nova ajuda será gasta em formação e “equipamentos individuais, fardas, coletes, capacetes, sistemas de comunicação, drones e viaturas”, sendo que parte do equipamento chega dentro de duas semanas.

O diplomata diz que haverá apoio também às forças ruandesas que combatem em Cabo Delgado e as da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Outro tema de que falou Gaspar é o processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração dos homens da Renamo. Alerta que o processo não se deve limitar a questões militares.

“O balanço é positivo. Já chegamos a 70% de desmobilizados e a previsão de terminar o processo ainda este ano se mantém”, entretanto, “é fundamental que o processo seja acompanhado de medidas de reconciliação, de apoio às comunidades mais afectadas pelo conflito com actividades de geração de renda”.

Sobre o processo eleitoral, para o qual os órgãos precisam de dinheiro, o diplomata cessante diz que a União Europeia nunca apoia financeiramente, como forma de evitar ingerência.

“A União Europeia tem apoiado sempre os processos eleitorais em Moçambique, desde as primeiras eleições em 1994. Por uma questão de não ingerência em assuntos internos, a União Europeia, habitualmente, não financia directamente os processos eleitorais”, esclarece e afirma que a União Europeia apoia os processos eleitorais de outras formas, como “a colocação em prática das recomendações das missões de observação e capacitação para apoiar a sociedade civil no trabalho de observação local”. Termina dizendo que todas essas possibilidades de apoio serão analisadas.

António Sanchez-Benedito Gaspar despede-se após quatro anos a garantir a diplomacia entre a União Europeia e Moçambique. Será substituído por Antonino Maggiore, que vinha sendo embaixador da Itália na Zâmbia.

 

Fonte:O País

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