O líder da UNITA insistiu ontem que as primeiras eleições autárquicas em Angola, marcadas para 2020, devem ocorrer em simultâneo em todo o país e não de forma gradual, como defende o Governo angolano.

Numa intervenção que constituiu uma “réplica” ao discurso sobre o estado da Nação proferido pelo Presidente de Angola, João Lourenço, a 15 deste mês, no parlamento, o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição), Isaías Samakuva, lembrou que as autarquias “até já existem” e que as pessoas “estão lá”.

“Ninguém deve ter medo das autarquias. As autarquias locais são um factor imprescindível para o desenvolvimento harmonioso do país, são parceiras do Governo, não adversárias. Mas, se houver receios, que nos digam. Vamos conversar, mas não prejudiquemos o povo”, defendeu Samakuva.

O Governo liderado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de João Lourenço, propôs inicialmente que as primeiras eleições autárquicas no país se decorrerem em quatro fases, começando num primeiro grupo de municípios em 2020, estendendo-se o processo de cinco em cinco anos, terminando em 2035.

No discurso sobre o estado da Nação proferido no parlamento, João Lourenço admitiu baixar esse período a um período inferior a dez anos, proposta “saudada” por Samakuva que, porém, explicou que a UNITA continua a pensar de forma diferente, lembrado que não há eleitores de primeira nem de segunda.

“Passados 43 anos da independência, os angolanos não podem aceitar […] que lhes seja reconhecida pelos seus concidadãos apenas capacidade eleitoral para eleger o Presidente da República.

 República e não a capacidade para eleger o Presidente da Câmara”, argumentou Samakuva.

    Fonte:Jornal Notícias

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