A VACINAÇÃO de grupos de grande mobilidade, com enfoque para militares, polícias e jornalistas, é apontada como a provável causa do incumprimento das metas da segunda dose da vacina contra a Covid-19 na cidade de Maputo, apesar da prorrogação do processo pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, de 17 para ontem, 20 de Julho corrente.

Vanda Zita, médica-chefe na cidade de Maputo, referiu que na primeira dose foram vacinadas 44.511 pessoas, sendo que na segunda só se apresentaram 38.288, o correspondente a 86 por cento de cobertura.

“Estes dados referem-se até às primeiras horas de hoje (ontem), mas podem evoluir porque o processo ainda está a decorrer. Acreditamos que algumas pessoas que tínhamos de vacinar foram administradas noutros pontos do país, devido à natureza do seu trabalho”, disse.

Referiu, ainda, que foram feitos esforços de mobilização, contactando as pessoas para irem se vacinar, mas algumas não apareceram por razões que se desconhecem.

Numa ronda efectuada ontem pelo “Notícias” aos postos de vacinação constatou-se  fraca afluência de pessoas.

Por exemplo, no Centro de Saúde 1º de Maio, tal como indicou José Munguambe, director distrital de Saúde de KaMaxakeni, foram programadas e administradas 5147 vacinas da primeira dose, sendo que na segunda quedou-se em 4494 pessoas, faltando 653.

“Tínhamos esperança de vacinar mais pessoas, mas infelizmente não iremos atingir as metas. As pessoas vão chegando aos poucos, apesar do trabalho de sensibilização feito nos últimos dias”, disse.

Sara Niquice, directora distrital de Saúde de KaMavota, disse que na primeira dose  foram vacinadas 5822 pessoas, tendo sido administradas a apenas 4726 na presente.

“Trabalhámos na mobilização, através do telefone e contactos nos bairros, mas não atingimos as metas”, disse.

No entanto, o Centro de Saúde do Alto Maé ultrapassou as metas, tendo recebido pessoas (visitantes) não inscritas, devido à sua localização estratégica.

Gabriela Guirrungo, técnica de Medicina Preventiva e Saneamento do Meio, afirmou, sem avançar números globais, que atendiam uma média diária de 200 pessoas, sendo que todas as que tomaram a primeira dose também tomaram a segunda.

“Atendemos todas as pessoas que nos chegavam aqui na unidade sanitária, mas também instalámos uma brigada fixa no quartel e móveis em vários pontos. Fizemos, nos últimos dias, sensibilização e busca activa das pessoas para aderirem à vacinação”, disse.

Fonte:Jornal Notícias

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