A presidente da Assembleia da Republica, Verónica Macamo Dhlovo, propôs ontem, em Luanda, capital de Angola, ao plenário do Fórum Parlamentar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, (FP-SADC), para adoptar uma moção de condenação aos atentados contra o Presidente interino do Zimbabwe, Emerson Mnangagwa, e Primeiro ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, ambos ocorridos no último sábado (23).

Segundo a presidente do Parlamento de Moçambique, citada pela Angop, a moção de condenação deve servir de exemplo “para que os outros países sintam que queremos marchar juntos, queremos resolver os nossos problemas através do diálogo e não de armas e muito menos das bombas”.  

Recorde-se que ainda ontem, o Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, disse suspeitar que um grupo ligado à ex-primeira dama, Grace Mugabe, terá estado por detrás do ataque de sábado contra o seu comício, que teria como objectivo matá-lo.

O ataque no final do comício de Mnangagwa, em Bulawayo, foi o primeiro acto grave de violência do actual período eleitoral, tendo provocado a morte de dois seguranças do Presidente e ferido cerca de 40 pessoas.

Em declarações à BBC, Mnangagwa disse suspeitar que o ataque tenha sido perpetrado pelo grupo G40, que apoiou a candidatura de Grace Mugabe à Presidência do Zimbabwe, embora não tenha acusado directamente a mulher do antigo Chefe do Estado.

Robert Mugabe foi afastado do poder no ano passado, depois de as forças armadas terem intervindo para impedir Grace Mugabe de suceder o marido na liderança do país.

O partido Zanu-PF, no poder, afastou então Mugabe e substituiu-o por Mnangagwa.

Um membro do grupo G40 no exílio, o ex-ministro Jonathan Moyo, negou as acusações de Mnangagwa e escreveu no Twitter que a explosão “parece um trabalho interno”.

O ex-governante refere-se a uma aparente luta pelo poder entre Mnangagwa e o seu número dois, Constantino Chiwenga, o antigo chefe do exército que afastou Mugabe do poder.

Mnangagwa disse ainda à BBC que espera que haja detenções em breve, relacionadas com o ataque de sábado, no Zimbabwe, país vizinho de Moçambique.

“Não sei se foi um indivíduo diria que é mais vasto do que uma pessoa. Eu penso que foi um acto político por algumas pessoas magoadas”, disse.

    Fonte:Jornal Notícias

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