AS famílias que perderam as suas casas na sequência do deslizamento da lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, ocorrido há três anos, e que ceifou a vida de 16 pessoas, estão preocupadas com a morosidade na construção das casas para o reassentamento, em Possulane, distrito de Marracuene.

Segundo o chefe da comissão dos afectados pelo desastre, António Massingue, há mais de cinco meses que as obras estão abandonadas.

Por outro lado, os afectados não recebem regularmente, os valores para o arrendamento das casas, o que os coloca em constante ameaça de despejo.

“As autoridades prometeram-nos residências em um ano e já passam-se três, tempo suficiente para nos entregar as infra-estruturas, o que nos leva a crer que fomos esquecidos. Mas nós precisamos das casas com urgência”, referiu Massingue.
Apontou que há falta de comunicação entre as vítimas e a actual edilidade de Maputo, bem como com o Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, o que levou a comissão dos afectados pelo desabamento da lixeira de Hulene a convocar uma conferência de imprensa, hoje para expor a situação.

“Gostaríamos que o chefe de Estado se sensibilizasse com o nosso sofrimento, pois estamos num longo período de espera. Há entre as vítimas idosos que não trabalham e por isso, acabaram despejados das casas arrendadas”, apelou.

Em Possulane, estão a ser erguidas 60 casas, de um total de 260 necessárias para acolher as famílias desalojadas pelo desabamento da lixeira.

“Pensamos que o Governo devia construir o número de residências que corresponde a todos afectados para que não haja exclusão”, comentou.

De referir que várias vezes os afectados juntaram-se defronte do edifício do Conselho Municipal para exigir o pagamento da renda das casas em que se encontram.

Fonte:Jornal Notícias

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