Nyusi exige mudança de mentalidade dos dirigentes do Ministério do Género, Criança e Acção Social

Foi com essa impressão que Filipe Nyusi saiu, ontem, do Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS), depois da visita de trabalho efectuada ao sector. O Chefe de Estado submeteu alguns dirigentes à “prova oral” e foi confrontado com fragilidades na gestão de pessoas, bens patrimoniais e financeiros. E porque antes do encontro Filipe Nyusi havia passado do Infantário 1º de Maio – onde se inteirou das dificuldades enfrentadas pelas crianças ali acolhidas –, quis saber como o mesmo é gerido. Questionados sobre o orçamento destinado ao seu funcionamento, tanto os gestores do infantário como do ministério não foram capazes de responder com clareza ao Chefe de Estado, o que o deixou aborrecido. A justificação dada pelos representantes é de que não existe um orçamento exclusivo para o infantário, sendo que o mesmo recebe mantimentos a partir de um orçamento global para todas as unidades sociais da província de Maputo. O argumento foi chumbado pelo presidente, que considera que os dirigentes deveriam saber quanto cada infantário gasta para o seu funcionamento. “O vosso argumento não é plausível. Quero saber de vós, se construirmos um infantário como aquele – 1º de Maio -, quanto dinheiro teremos de despender para o seu funcionamento pleno?”, insistiu Nyusi, para depois avançar que aqueles dirigentes não tinham sensibilidade sobre os custos das suas actividades. “Isso faz com que não tenham sensibilidade sobre poupança. É necessário que os gestores dos infantários tenham noção de quanto o estado gasta para manter as infra-estruturas, para que saibam o sacrifício que é feito”, disse. Na mesma reunião, Nyusi quis saber sobre o número de infantários públicos existentes no país, mas também não ficou agradado com que ouviu, visto que a directora nacional da criança teve dificuldade de responder à questão. Entretanto, depois de alguma insistência, Angélica Magaia detalhou que existem oito, sendo uma em cada província, com excepção de Niassa, Cabo Delgado e Zambézia. Nyusi disse suspeitar que a directora não conheça os infantários sobre a sua gestão.   Na mesma reunião, o Chefe de Estado questionou, ainda, sobre a quantidade de funcionários que estão afectos ao Instituto Nacional de Acção Social (INAS), avançando que há indícios de “gorduras”, por isso, pediu explicações à directora da instituição. Luísa Cumba justificou-se com a complexidade do trabalho de assistir os grupos vulneráveis nas comunidades. Mesmo assim, Filipe Nyusi não se deu por satisfeito e terminou a sua intervenção avançando que irá convocar uma reunião com todos os directores nacionais para falar sobre corrupção no Estado. “Irei convocar, ainda este ano, uma reunião com todos eles para abordar essa temática. Quero que todos sejam inimigos de corruptos”, terminou o presidente da República. Nyusi exige mudança de mentalidade dos dirigentes no MGCAS No final do encontro, Filipe Nyusi deixou recomendações aos dirigentes do ministério. “Devem construir a sensibilidade sobre custos. O vosso ministério precisa de comprar a sensibilidade sobre custos. Não há nenhum governante, empresário de sucesso, que não tenha noção dos custos. Só isso vai induzir-vos a fazer poupança”, disse o Chefe de Estado, para depois avançar que os dirigentes devem estar mais próximos dos grupos vulneráveis. “Devem dialogar mais com o vosso grupo-alvo: crianças, idosos, mulheres e pessoas com deficiência. Assim, estarão em condições de perceber melhor as suas preocupações e terão melhor clareza das actividades que têm que desenvolver”, referiu Nyusi, que falou ainda da importância de priorizar e dar maior assistência a crianças que estão em escolas especiais.  

Fonte: O Pais -Politica

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