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Vovo’s e Fred Bulande dão cores e formar a mostra “Vozes da inclusão”

“Vozes da inclusão” é uma exposição de pintura que contempla 20 obras dos dois artistas plásticos. Com a mostra, Vovo’s e Fred Bulande propõem uma reflexão sobre temas como desigualdade social em Moçambique.

José Manhiça, de nome artístico Vovo’s, junta-se, desta vez, a Fred Bulande para propor reflexões sociais profundas através da exposição “Vozes da inclusão”.

A exposição inclui 20 obras dos dois artistas e foi inaugurada esta terça-feira, na Fundação Fernando Leite Couto, na Cidade de Maputo, numa noite em que um copo de vinho e uma troca de impressões entre amigos fez contraste com o mosaico de cores que cobria as paredes do local.

De acordo com o resumo do jornalista Eduardo Quive, em Fred Bulande encontramos o estilo abstrato, com acrílico sobre tela, a expor a complexidade da mente humana, os caminhos que se entrecruzam nesse círculo abstrato que é a vida, com simbologias que variam a cada corpo, cada pensamento e nas comunidades em que se está inserido.

Fred guia-se mais por objectos e paisagem, como a Ponte Maputo-Katembe retratada num dos seus 10 quadros em exposição, para “‘reflectir esses desníveis sociais, falta de humanismo, valores que o mundo está a perder. Como artistas estamos aqui para falar disso’’, declarou.

Mas, conforme escreve Quive, diferente de Fred, Vovo’s Manhiça tem o sentido de comunidade, concebe o ser humano nos seus diferentes estados e sentimentos, os seus estilos de vida; faz o diálogo entre o ser físico, o corpo, e o ser transcendental, o espiritual. Por isso associa as figuras humanas com animais, objectos e toda uma paisagem que coloca o sujeito num espaço.

Em suas obras de Vovo’s Manhiça, que começou a carreira na década 90, tendo, por isso, conhecido vários estágios do desenvolvimento social, baseia-se na observação de factos sociais para apelar que os moçambicanos se incluam nessa metamorfose.

“O país está em vias de desenvolvimento e a sociedade é chamada a se incluir e participar neste processo”, afirmou o artista.

Em ambos os casos, Quive entende que, somos desafiados a encarar a obra, olhar para o interior sem nos descuidarmos do outro e dos dramas da vida.

José Manhiça começou a pintar em 1992, no bairro do Aeroporto, tendo começado a participar em exposições colectivas em 1994. A sua primeira mostra individual teve lugar em 2007, no Centro Cultural da UEM, e a última teve lugar em Macau, em 2021.

No estrangeiro, ainda, Manhiça exibiu as suas colecções em Portugal, na Alemanha, na Suécia, na Espanha, nos Estados Unidos da América e na África do Sul.

Fred Cândido Bulande nasceu em Maputo, em 8 de Agosto de 1984. Iniciou a sua actividade artística em 1992, com artistas plásticos como Tomo e Miro.

Participou em diversas exposições colectivas, nomeadamente: (008-Mozarte, TDM, 35 anos do BIM, e 1ª , 2ª e a 3ª edição do Kulungwana, no Núcleo de Arte, Banco de Moçambique, Associação Moçambicana de Fotografia, uma exposição na Finlândia, Super Marés 1ª e 2ª edição e uma exposição colectiva no Standard Bank e no Núcleo de Arte e workshops dentro do País).

As suas obras estão patentes dentro e fora do país em colecções particulares. É membro da Associação Núcleo de Arte. Actualmente, continua a trabalhar, a tempo inteiro, de modo a desenvolver cada vez mais o seu trabalho, enriquecendo as suas ideias e projectos artísticos.

FOTO – Quadros de Vovo’s e Fred Bulande na exposição “Vozes da inclusão”.

Fonte:O País