A criação da Zona de Livre Comércio Continental em África, ZLEC, “não choca” com os interesses da Organização Mundial do Comércio que está disponível para apoiar o desenvolvimento e a integração africana, disse Roberto Azevedo, director-geral da OMC.

Em declarações à agência Lusa, ontem em Lisboa, onde participou na sessão de abertura do VI Fórum Jurídico Luso-Brasileiro, salientou a importância de uma África desenvolvida e integrada no contexto mundial.

“Não choca de maneira nenhuma. A OMC tem de apoiar o processo de integração africana. As regras da OMC têm de funcionar para favorecer a integração e o desenvolvimento de África, que é muito importante para os países africanos. O que pudermos fazer para ajudar nessa integração, faremos”, disse o economista brasileiro.

A 21 de Março, na cimeira extraordinária da União Africana, UA, que decorreu em Kigali, capital do Ruanda, 44 dos 54 Estados-membros da organização pan-africana aprovaram o acordo que prevê lançar o tratado de criação da ZLEC.

O acordo, porém, não foi assinado pela Nigéria, uma das mais poderosas economias africanas e o país mais populoso do continente, que pediu mais tempo para analisar as implicações da iniciativa.

O Comissário da UA para o Comércio e Indústria, Albert Muchanga, defendeu que a indústria e a classe média do continente vão beneficiar-se da eliminação progressiva dos direitos alfandegários entre os membros da ZLEC, tendo em conta que apenas 16% do comércio dos países africanos é feito no continente.

A ZLEC inscreve-se no quadro de um processo que, até 2028, prevê a constituição de um mercado comum e de uma união económica e monetária de África, razão pela qual também está em curso a implementação do Passaporte Único Africano, tudo incluído na chamada Agenda 2063, que visa desenvolver económica, financeira e socialmente o continente até àquele ano. (Notícias/Lusa/RM-NM)

Fonte:Jornal Notícias

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